Festival reune em um só painel artistas de SP, MT, MS, GO e DF

Festival reúne 3.500 participantes e deixa de presente maior painel de graffiti do Estado

Cerca de 3.500 pessoas passaram pela Praça Tradições Culturais, no bairro do Porto, durante as duas noites de shows do 3º Festival Consciência Hip Hop, na última sexta-feira (7) e sábado (8), em Cuiabá. Organizado pela Central Única das Favelas de Mato Grosso (Cufa-MT), o festival reuniu participantes de todos os estados da região Centro-Oeste e do Distrito Federal, numa grande festa que reuniu os quatro elementos do hip hop: break, graffiti, DJ, MC. A programação, que incluiu também seminários, atividades educativas com crianças e basquete de rua, teve início no dia 4 de setembro e se estendeu até o sábado (8). Quarenta grupos de rap apresentaram-se durante o evento. Diferentes sotaques, letras e temas embalaram o público nos dias 7 e 8. Foram 25 grupos de Mato Grosso, seis de Goiás, quatro do Distrito Federal, dois do Mato Grosso do Sul, um de São Paulo, o SNJ – Somos Nós a Justiça, e um da África, o aguardado Sevenlox. Enquanto o som rolava no palco, jovens suavam a camisa jogando basquete. "É só um bate bola mesmo, sem competições, vitórias, derrotas ou times formados. Assim conseguimos manter melhor o caráter de basquete de rua", contou Jean, membro da Cufa-MT e organizador do esporte durante o festival. Daniel Elias, 16 anos, mora em Várzea Grande e passou parte da noite jogando basquete. "É uma iniciativa interessante. É o momento de aprender um pouco mais sobre o basquete", conta ele, entre uma cesta e outra. No espaço do Festival ainda foi montada uma Feira Urbana, espaço de exposição e comercialização de produtos ligados à cultura Cuiabana. A programação do Festival ainda introduziu jovens na sétima arte, em um curso de audiovisual dado por integrantes da Cufa-Audiovisual do Rio de Janeiro. Por meio do Consciência Turismo, estudantes secundaristas visitaram os pólos de produção da Cufa-MT em Cuiabá. Oito filmes diferentes foram exibidos gratuitamente para a comunidade em escolas, praças e no Museu da Imagem e do Som de Cuiabá (Misc).

Maior intervenção de graffiti do Estado

A arte do graffiti fez história em Mato Grosso durante o Festival. No sábado (8), foi feito o maior painel do Estado, com o maior número de artistas, 20, contra cinco no ano passado, na última intervenção do estilo. O muro da escola José Magno, no bairro Goiabeiras, foi o contemplado, com um desenho de cerca de 30 metros de largura por 3 de altura. Participaram da intervenção grafiteiros de todos os estados da região Centro-Oeste, além de artistas de São Paulo. "Foi uma experiência muito válida. Muitos estavam participando pela primeira vez. Teve mais gente que esperávamos. O intercâmbio que rolou também foi bastante importante", conta Pack Nolé, da Cufa-MT.

Consciência Seminário

Reunir representantes do Hip Hop, produtores culturais e autoridades do segmento para discutir formas de fortalecer a cultura Hip Hop na região Centro-Oeste. Este foi o objetivo do “Consciência Seminário”, atividade que integrou a programação do Festival.Nos dois dias de debates, realizados no Clube Feminino, em Cuiabá, cerca de 250 pessoas, entre rappers, DJs, B. Boys, grafiteiros e outros militantes da cultura Hip Hop de Cuiabá, do interior de Mato Grosso, de várias cidades do Mato Grosso do Sul, de Goiânia e de Brasília trocaram experiências, a fim de fortalecer os mecanismos de formação, circulação e consumo dos produtos da cultura Hip Hop.Para Paulo Fagner da Silva Ávila, o rapper Linha Dura, um dos integrantes da Cufa-MT, o movimento Hip Hop é um grande exemplo da produção independente, mas faltam estratégias e mecanismos de comunicação que fortaleçam os grupos do Centro-Oeste. “Precisa haver mais interação entre os grupos de Mato Grosso, Brasília, Goiás e Mato Grosso do Sul. Os trabalhos desenvolvidos nesses estados precisam ser mais divulgados e a internet, sem dúvida, é um ótimo espaço para isso porque atrai milhares de pessoas diariamente”, disse o Mc. O representante do Instituto Cultural Espaço Cubo, Ahmad Jarrah, acredita que os veículos de comunicação têm papel fundamental na divulgação dos eventos e na distribuição do material dos artistas, mas os grupos têm que assumir suas responsabilidades. “Os artistas precisam produzir seus CDs e divulgar seus eventos para que o público possa conhecer seu som. O CD é o cartão de visita do artista e o público precisa ter acesso a ele, seja na internet ou comprando a preços baixos”, explicou.Apoiado pelo Governo do Estado de Mato Grosso e pela Prefeitura Municipal de Cuiabá, o Festival Consciência Hip Hop já é considerado o maior evento da cultura Hip Hop da região Centro-Oeste. O festival surgiu em 2005 com o objetivo de descentralizar e fomentar a arte crítica. Essa cultura é considerada hoje um dos instrumentos mais úteis de inclusão social no mundo. Promove a construção do conhecimento crítico através das manifestações artísticas dos jovens oprimidos, por meio do Graffiti (artes plásticas), MC (Música), DJ (Música), Break (dança) e Basquete de rua (Esporte).

Programação do 3º Festival Conciencia hip hop termina neste sábado

O show da banda paulista SNJ-Somos Nós a Justiça encerra na noite destesábado (8) a programação do 3º Festival Consciência Hip Hop, promovido pelaCentral Única das Favelas de Mato Grosso (Cufa-MT). A programação acontece àpartir das 18 horas, na Praça Tradições Culturais, no Porto.Debates, apresentações artísticas de break, B. Boys, MCs e performances degrafiteiros, entre outras atividades, têm movimentado Cuiabá. Na noite destasexta-feira (7) várias bandas locais se apresentaram no palco do festival, ea estrela da noite foi a banda de rap africana Sevenlox, composta de músicosvindos da Guiné-Bissau. Batalhas de MCs e dançarinos de break tambémanimaram a noite na Praça das Tradicões Culturais, onde foi armada uma FeiraUrbana.

Neste sábado (8) encerra-se também a programação do "Consciência Seminário",mesa de debates que está reunindo representantes do hip hop, produtoresculturais e autoridades do segmento para discutir formas de fortalecer acultura hip hop na região Centro-Oeste. Os debates acontecem à partir das14 horas, no Clube Fe
minino, no centro da Capital.Ontem (7), o "Consciência Seminário" reuniu cerca de 200 rappers, DJs, B.Boys, grafiteiros e outros militantes da cultura hip hop da capital e dointerior de Mato Grosso, de várias cidades do Mato Grosso do Sul, de Goiânia e de Brasília. A idéia é formar uma rede de troca de experiências,fortalecendo os mecanismos de formação, circulação e consumo dos produtos dacultura hip hop.Porém sem ter o mercado como fim principal. É o que explica Paulo Fagner daSilva Ávila, o DJ Linha Dura, um dos integrantes da Cufa-MT. "Queremostrabalhar fora dessa lógica capitalista, de 'artista estrela'. Artista écomo pedreiro, tem que ralar muito."Seguindo essa lógica, nesta edição do festival foi priorizada a participaçãodos grupos do interior de Mato Grosso e de grupos artísticos poucoconhecidos de outros estados. "Este ano, a idéia foi fazer uma espécie defestival underground de rap, trouxemos alguns grupos que nunca tinham saídode seu estado, para valorizar principalmente os grupos pouco conhecidos",comentou ele. Ao todo, 40 grupos participam do festival.Investimento – A falta de organização do movimento hip hop foi a principalfalha apontada pelos integrantes do movimento presentes no primeiro dia de"Consciência Seminário". Também houve reclamação quanto à falta de apoiodo poder público. A conseqüência, segundo os militantes, é o espaço restritoque o hip hop ocupa nos vários municípios. "Falta espaço, porque público agente já tem, que é o pessoal da periferia", comentou o coordenador da Cufaem Sinop, Anderson Maciel. Para ele, a organização e a centralização dasações são a chave de tudo. Apesar dos problemas, em sua opinião, o movimentotem conseguido se organizar. "Em Sinop, está aumentando a consciência dosgrupos, eles já estão se tornando seus próprios produtores. Só através daorganização é que vamos poder debater de frente a frente com as autoridades,sejam de que patente forem."A necessidade de organização dos grupos também foi apontada pelosparticipantes de Brasília. Eles garantem que, apesar de estarem próximos doscentros de poder, a dificuldade para captar recursos é grande. E opreconceito contra hip hop é um dos principais entraves. "O Estado vê omovimento com outros olhos. Sem um empresário por trás é muito difícil paraos grupos ocuparem espaços", opina o vice-presidente da Associação OriginalJovem, Antônio Pereira. Ele e o presidente do Recanto das Emas Crew,Welington Matias, o Tom, relatam a realidade: "Os MCs pagam para cantar nosshows. Há uma desvalorização do hip hop. Enquanto cantores de axé ganhamentre R$ 500 e R$ 600, os rappers recebem R$ 50 por show."No Mato Grosso do Sul, a situação é parecida. Jovens de municípios comoDourados e Campo grande reclamam da dificuldade em aprovar projetosculturais. "Mandamos projetos que nunca são aprovados. Aqui no encontro,espero aprender um pouco mais sobre as leis de incentivo à cultura e aelaboração de projetos", comentou o B. Boy Daniel Ferreira, o Bob."Nossas obras são tão importantes quanto as do Chitãozinho e Xororó, mas nãotêm a mesma visibilidade", aponta o músico HG, que também vê de formapositiva a mobilização do movimento em torno da organização, a exemplo doque vem acontecendo em Dourados, onde estão surgindo novos grupos degrafiteiros e rappers. "Para ser respeitado, é preciso primeiro serespeitar, encarar o hip hop não apenas como militância, mas como arte, seprofissionalizar", alertou ele, falando aos jovens reunidos no seminário.O diálogo entre as manifestações culturais das diferentes camadas dasociedade foi a solução apontada pelo professor José Carlos Iglesias paradiminuir o preconceito contra o hip hop. Filósofo e docente das faculdadesUnicen, em Tangará da Serra, ele se intitula um mediador entre o movimentohip hop e a academia. Iglesias acompanha os jovens do movimento na cidade, ejá os levou até para se apresentar nas dependências da universidade. Opreconceito, embora esteja sendo vencido, ainda persiste, garante ele. "A elite vê o hip hop como uma contracultura, tem medo desses jovens, os vêcomo bandidos. No fundo é o preconceito de classe, racismo, intolerânciacontra o pobre. E o movimento quer ser aceito como cultura. Para isso,precisa haver um diálogo entre ambos, tanto a elite – que precisa aceitar omovimento -, como dos próprios jovens do hip hop, que precisam deixar de termedo de se aproximar de pessoas diferentes deles."Apoiado pelo Governo do Estado de Mato Grosso e pela Prefeitura Municipal deCuiabá, o Festival Consciência Hip Hop já é considerado o maior evento dacultura Hip Hop da região Centro-Oeste.O festival surgiu em 2005 com o objetivo de descentralizar e fomentar a artecrítica. Essa cultura é considerada hoje um dos instrumentos mais úteis deinclusão social no mundo. Promove a construção do conhecimento críticoatravés das manifestações artísticas dos jovens oprimidos, por meio doGraffiti (artes plásticas), MC (Música), DJ (Música), Break (dança) eBasquete de rua (Esporte).

Circulação hip hop do Centro-Oeste à Àfrica

Graffiti, break, rap, basquete de rua, debates e a participação de rappers mato-grossenses, da região Centro-Oeste e internacionais. Com uma programação rica e diversificada, o 3º Festival Consciência Hip Hop reunirá a juventude crítica neste feriadão.


Para começar, um debate acalorado vai reunir os representantes do hip hop doCentro-Oeste, autoridades, artistas e produtores culturais no " *ConsciênciaSeminário"*, que acontece na sexta (7) das 8:30 às 18 horas e no sábado (8),das 14 às 18 horas, no Clube Feminino. Na mesa de debates, temas como aprodução cultural, as leis de incentivo à cultura e a relação entre o hip hop e o poder. Os secretários de Cultura do município e do Estado, Mário Olímpio e João Carlos Vicente Ferreira, são presenças confirmadas. Também está prevista a participação do coordenador do Museu da Imagem e do Som deCuiabá "Lázaro Papazian", Paulo Traven, e do produtor cultural Pablo Capilé,do Espaço Cubo. No final, a meta é estabelecer uma linha de ação para o setor, com propostas de políticas públicas para o desenvolvimento do hip hopna região Centro-Oeste.


*Graffiti* – Grafiteiros de várias partes da região Centro-Oeste se unirãopara realizar intervenções em pontos importantes da cidade. A atividadecontará com a participação de integrantes da Crew Universo Paralelo, de SãoPaulo. Serão três intervenções. Duas na Praça do Museu do Rio, no bairro doPorto, na quinta (07) e sexta-feira (08), a partir das 20h e a terceira nosábado (08), das 8h às 12h, na Avenida Lava Pés, no centro de Cuiabá.

*Banda africana dará o tom da noite*


As noites do Festival serão regadas a muito esporte e, claro, rap da melhorqualidade. A programação acontece na Praça Tradições Culturais, ao lado doMuseu do Rio, no Porto, com entrada gratuita.


A estrela da noite de sexta (7) será a banda africana Sevenlox, que vai esquentar os palcos com seu rap cantado em inglês, português lusitano ecriolo (língua nativa da Guiné-Bissau), com batidas essencialmente pesadas emarcantes e melodias bem trabalhadas, carregadas de influências do hip hop edo Rithm & Blues. "Nós gostamos bastante do convite para vir para Cuiabá.Sempre fizemos shows do Rio de Janeiro para baixo. Estávamos voltando de um show no interior do Rio Grande do Sul essa semana e comentando como será legal fazer uma apresentação aí. Lugar diferente, pessoas diferentes e clima diferente", conta o produtor do grupo, Fabrício Chelmes. Criado em 2002, o Sevenlox é formado por Len "Lenzo Rizzo" Ferreira e Dima "Riztocrat" Dahaba, ambos vindos de Guiné Bissau, na África Ocidental. Atualmente, eles residem em Porto Alegre, onde também estudam. O show começa às 20 horas.


A banda paulistana SNJ–Somos Nós a Justiça se apresenta no sábado (8), nomesmo horário. Cris, W.jay, Bastardo e MC Tremolo formam o grupo, que já seapresentou em Cuiabá há cerca de quatro anos. "Naquela época, o movimentohip hop ainda estava engatinhando, as pessoas não conheciam muito esse tipode trabalho, mas, apesar disso, foi bem legal. Temos certeza que essa segunda apresentação será muito melhor", conta W.jay. Os shows contarãoainda com a participação de 40 grupos de rap de Goiás, Mato Grosso do Sul edo Distrito Federal.


Na mesma data e horário, um palco alternativo na praça receberá o"Consciência Batalha", onde MCs, DJs, B. Boys e B. Girls de vários estadosvão demonstrar suas habilidades artísticas, numa 'luta' pacífica.


*Esporte* - O basquete de rua marcará presença no Festival como elemento de inclusão e desenvolvimento social. Na sexta, à partir das 20 horas, umcampeonato da modalidade reunirá pelo menos 15 equipes, entre elas grupos do interior do Estado e de Brasília.


*Feira* - Moda, artesanato, música, tatuagens, tranças afros... Tudo isso emuito mais poderá ser conferido na Feira Urbana, um espaço para exposição ecomercialização de produtos ligados à cultura urbana cuiabana. Este ano, aFeira Urbana estará integrada à Feira de Economia Solidária, onde estaráexposta uma grande diversidade de produtos dos pequenos empreendedores,cooperados e artesãos de todo o Estado. A feira estará aberta à partir das18 horas, na sexta e sábado, na Praça das Tradições Culturais.

Festival derruba preconceitos


"A ONU não me engana, salve a heróica resistência iraquiana!". A frase,cantada pelo MC Higor Marcelo Lobo, no meio da Praça da República, na manhãdesta terça-feira (4) finalizou a participação dos alunos da escola estadual Mário de Castro, do bairro Pedra 90, no 3º Festival Consciência Hip Hop.Promovido pela Central Única das Favelas de Mato Grosso (Cufa-MT), com oapoio da Secretaria de Estado de Cultura, o Festival segue até o dia 8 desetembro, com atividades educativas e culturais em vários pontos da cidade.Na atividade de hoje, denominada Consciência Turismo, os alunos, guiados porintegrantes da Cufa-MT , fizeram uma viagem pelo mundo do hip hopmato-grossense. O roteiro começou no núcleo social da Cufa-MT no bairroJardim Vitória, onde eles conheceram o projeto "Favela Digital", pelo qual aentidade proporciona a jovens carentes do bairro o acesso à Internet ecursos de computação por preços acessíveis. O projeto, localizado na partecentral do bairro, conta também com uma biblioteca, a LiteraturaCentral. "Esse é um espaço de diálogo com a comunidade; aqui realizamos muitos eventos daCufa-MT, como foi o caso de lançamento do Festival. É o lugar onde aspessoas vêm para conhecer melhor a Cufa", explicou o integrante da entidade, Patrick, o Pack Nolé. Ao todo, cerca de 45 alunos da escola participaram da atividade.Acompanhando os estudantes estava a professora de Artes Simionai CastilhoLírio. Para ela, a principal vantagem do Consciência Turismo foi a quebra dopreconceito contra o movimento hip hop. "Os alunos acabam aprendendoverdadeiramente o que é a Cufa e o hip hop. As pessoas têm uma visão estereotipada desse movimento; acham que é só dançar break e associam com amalandragem", comentou ela. "Aqui, eles estão vendo que é muito mais queisso; é um trabalho de inclusão social muito grande."Acompanhando toda a movimentação, estavam os alunos do curso de audiovisualque está sendo oferecido paralelamente pelo Núcleo de Audiovisual da Cufa doRio de Janeiro. Durante todo o evento, eles irão registrar as atividades,material que será transformado em um documentário.Vencer o preconceito e a visão de que o movimento hip hop é unicamenteperiférico são alguns dos objetivos dos líderes do movimento. "O Brasil tem507 anos de existência e é sempre a mesma coisa: quilombo, periferia efavela. A população preta e pobre sempre foi marginalizada", alertou orapper HG, falando aos jovens reunidos na Praça da República.Natural de Dourados, no Mato Grosso do Sul, ele integra a banda FaseTerminal, uma das 40 bandas que se apresentarão durante o Festival. ParaHG, o acesso à informação é uma das principais armas na luta contra aalienação. "Com a Internet fica mais fácil ter acesso a outras fontes deinformação. Por isso o trabalho de inclusão digital desenvolvido pela Cufa étão importante. A Cufa tenta minimamente fazer o que o Estado deixa defazer. Porque o Estado só atende o interesse da classe dominante. Cansamosde esperar que as coisas venham de cima. De cima, só vem repressão", disseele.Morador do bairro Pedra 90, o rapper Wilson Alves, que participa domovimento hip hop há dois anos, achou interessante a atividade desenvolvidano Consciência Turismo. "É uma parada bem legal, bem educativa. Os alunosvão aprender o que é hip hop e ao mesmo tempo, nós do hip hop estamos tendoum contato maior com o público da escola", disse ele.A aluna Wingleth Patrícia Ferreira Lima, do Ensino Médio da escola Mário deCastro, apontou as vantagens do evento para a conscientização. "A genteconhece melhor o hip hop. Eu não conhecia a Cufa-MT; agora quero participarmais. Deveria ter uma base da Cufa também no Pedra 90", disse ela."Já tinha visto hip hop só na televisão e achava que era apenas uma misturade músicas. Hoje pude saber quais são os elementos dessa cultura", explicouo estudante Fábio Rogério Barros de Almeida, de 20 anos. Já o estudanteTiago Ferreira Carneiro, de 16 anos, apesar de já gostar de rap, pouco sabiada história do hip hop. "Não é bem como a gente pensava que era, é bemmelhor. Eu pensava que a pessoa cantava porque gostava, inventava a letra.Hoje dá para perceber que a música fala da realidade", resumiu ele.Quem estava passando pela Praça da República parou para ver o movimento, quecontou com demonstrações de break, MCs e graffiti. Alunos da escola Mário deCastro e moradores do bairro Jardim Vitória também entraram na dança emostraram suas habilidades. "Eu gostei muito. É bom para divulgar a cultura;tem gente que não reconhece o talento destes jovens", disse o auxiliar deserviços gerais Nelson Gean da Silva Rodrigues, de 20 anos. O tambémauxiliar de serviços gerais Rivaldo José da Silva, de 43 anos, aprendeu evai repassar o significado do hip hop. "É a primeira vez que vejo esse tipode apresentação. Não sabia o que era o hip hop; de agora em diante voutransmitir isso aos meus amigos", disse ele.